Nesta primeira edição homenageamos esse povo acolhedor, forte e trabalhador. O novo-olindense!
Parabéns, NOVA OLINDA:
Data de criação:14/03/1957 Desmembrado de Santana do Cariri Data de Instalação: 14/04/1957 Origem: Nova Olinda é homenagem a cidade Pernambucana de Olinda. Gentílico: novo-olindense Padroeiro: São Sebastião.
História: Chamou-se primitivamente Tapera. Suas origens datam das últimas décadas do Século XIX, formadas por moradores situados às margens do rio Cariús.
Evolução Política: A elevação do povoado à categoria de Vila provém do Dec-Lei nº1.156, de 4 de dezembro de 1933, e a Município conforme Lei nº 3.555, de 14 de março de 1957, tendo sido publicado no Diário oficial em 16 de março de 1957 e instalado no dia 14 de abril de 1957.
Limites Norte – Farias Brito; Sul – Santana do Cariri; Leste – Crato e Farias Brito; Oeste – Santana do Cariri Rio: Cariús. Pluviometria : a média anual é 600 mm.
Atrativos Naturais
Ponto de Pedra (Sítio Olho D'água), Cavernas Olho D'água (Sítio Olho D'água), Sítio Arqueológico Furna Pintada, Sítio Mitológicos (Mãe D'água e Pedra da Torre), pedra da Coruja, Poço do Inferno.
Artesanato e Turismo: Peças em couro, crochê, bordado, pedra cariri, barro e destaque para o ateliê do mestre Espedito Seleiro e para a Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri Um misto de museu e centro cultural freqüentado por crianças e jovens, a Fundação Casa Grande é uma Organização Não-Governamental (ONG) que tem como missão educar crianças e jovens em gestão cultural através de seus programas de memória, comunicação, artes e turismo. O Memorial do Homem Kariri, guarda em acervo peças arqueológicas e lendas da pré-história do homem Kariri; Uma Escola de Comunicação com rádio, TV e editora; e o Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas.
Destaque
Nova Olinda está situada na área de maior concentração mundial de fósseis do período Cretáceo e possui diversos atrativos naturais. A cidade faz parte da região metropolitana do Cariri e é Destino Indutor do Turismo Regional título oficial dado pela EMBRATUR e pelo Ministério do Turismo e foi capital do estado em 1° de junho de 2009.
Clima
O clima na região de Nova Olinda é o tropical úmido. A temperatura média anual fica em torno dos 27ºC.
Distâncias
Crato: 43km Juazeiro do Norte: 53km Campos Sales: 99 km Fortaleza: 543km
Nova Olinda, por sua vocação turística, dentro da trilha Cariri e sua intensa atividade econômica, baseada na mineração e com sua atividade artesanal tem atraído, sobretudo nas últimas décadas, um grande número de migrantes e turistas. Fatores que tem dinamizado consideravelmente o processo de expansão urbana, sobretudo em áreas periféricas ao centro histórico.
Este crescimento acelerado aliado à falta de políticas públicas compatíveis e a falta de conscientização da população em relação às questões ambientais estabelecem um processo de desenvolvimento desarmônico. A expansão imobiliária e o uso indiscriminado dos recursos naturais não consideram de forma satisfatória os critérios de desenvolvimento sustentável. Surge aqui o problema crucial que a cidade enfrenta no limiar dos seus 52 anos.
É merecedor reconhecer que as forças políticas locais parecem terem acordado para este fato de relevante importância. O Plano Diretor, recém aprovado pelos vereadores, corrige uma vacância legislativa e fornece alguns instrumentos eficazes para lidar com esse contexto. O regulamento abre portas para a implementação de políticas públicas capazes de criar um cenário futuro de cidade social e ambientalmente equilibrada. Partindo, por exemplo, da regularização fundiária, uso capião de imóveis urbanos, a concessão de direito real de uso e o aproveitamento das zonas especiais de “interesse social” entre outros.
Nesse sentido a política de regularização fundiária, desenvolvida pelo governo do estado, voltada para os imóveis rurais vem ao encontro das soluções esperadas para essa problemática. Contudo, este é apenas um arquétipo dos problemas relacionados ao direito à terra urbana e rural, infra-estrutura e moradia.
Nossa cidade passou por profundas transformações durante o fim do século XX, principalmente no que diz respeito ao processo de formação e desenvolvimento de suas vilas e bairros marcado pela intensa migração da população da zona rural para a zona urbana, principalmente para as zonas periféricas ao centro.
Segundo dados do IBGE, em 1991 a população rural respondia por 57,71% da população total, já no ano 2000 este percentual caiu para 47,06% enquanto, no mesmo período, a população urbana saltou de 42,29% para 52,94%. Infelizmente, este processo de migração não foi acompanhado pela execução de políticas públicas eficazes em acomodar o novo contingente de pessoas que vinham morar na cidade, o que causou grandes desequilíbrios sociais, econômicos e ambientais. Daí vieram o “favelamento”, a miséria e todas outras formas de exclusão social. E toda a cidade sofre com isso.
Atualmente, segundo dados do Sistema de Informação de Atenção Básica - SIAB da Secretaria da Saúde do Município, a rede pública de água só atende a 62,73% da população enquanto 38% dos moradores ainda dependem de água de poço ou de outras formas de abastecimento. A cidade vive em constante racionamento de uma água que tem alta concentração de componentes de sódio o que a deixa salgada.
Falta educação da população para o tratamento da água em casa. Os dados da Secretaria Municipal da Saúde revelam que 23% das pessoas consomem água sem nenhum tipo de tratamento enquanto 57% dependem da cloração da água que é feita pela Companhia de Água e Esgoto.
As condições de moradia de muitas famílias novo-olindenses ainda deixam a desejar. No final de 2009 pelo menos 17% das famílias ainda residiam em casas de taipa. Outra constatação preocupante é quanto à coleta do lixo que ainda é insuficiente alcançando apenas 59,42% dos domicílios ao passo que o sistema de coleta de esgoto atende a apenas 31% da população.
Não bastasse isso o destino final do lixo e do esgoto é outra emergência pública que a cidade enfrenta.Quase a metade, precisamente 49,79% das fezes e urina produzidas por um universo de mais de 3 mil famílias ainda são jogadas em fossas e outras 18,86% são despejadas á céu aberto contribuído para a contaminação do solo e do manancial hídrico. O restante é derramado dentro do rio Cariús e do riacho Caboré cooperando com a poluição do meio ambiente. Todos os dias duas toneladas e meia de lixo de toda natureza é desprezado em um lixão situado na zona rural do município à cerca de 2 km da sede. Lá os dejetos são deixados sem gerenciamento ambiental mais uma vez agredindo o meio ambiente e pondo em risco a saúde dos trabalhadores e da população em geral.
Somente através de uma política pública baseada no planejamento territorial, com respeito ao meio-ambiente e construída socialmente com distribuição equânime dos recursos naturais e econômicos, pode-se converter a cidade em benefício para todos; podem-se democratizar as oportunidades para todos os moradores; podem-se garantir condições satisfatórias para financiar o desenvolvimento municipal; e podem-se democratizar as condições para usar os recursos disponíveis, de forma democrática e sustentável.
O prefeito Afonso Domingos Sampaio (PSDB), diz que a “política urbana é o conjunto de ações que devem ser promovidas pelo Poder Público, no sentido de garantir que todos os cidadãos tenham acesso à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer” conta. E a seu ver, nos últimos anos foram feitas muitas obras em Nova Olinda “mas em grande parte de caráter eleitoreiro, sem nenhum critério técnico ou política de planejamento estratégico” avalia. Afonso Sampaio defende que em seu governo não é assim.
Segundo ele toda obra realizada durante sua administração obedece a um rigoroso cronograma estabelecido dentro de um conjunto de projetos priorizados por um plano de investimentos que vai fazer com que definitivamente a cidade cumpra a sua função social “se tornando acessível para todos os seus cidadãos com acesso universal aos bens e equipamentos de saúde, educação, assistência social, habitação, saneamento, lazer, emprego e renda” enfatiza completando que “devem ser usufruídos por todos, independentemente de sua condição social”.
O prefeito lembra que quando assumiu o comando da prefeitura em 2005 o problema do lixo era ainda maior. Além de ser coletado de forma rudimentar os dejetos eram apenas trocados de lugar, mas continuavam dentro da cidade. “Nossa administração tirou o lixão de dentro da cidade e já pactuamos um convenio com um consórcio de municípios, com o estado e com o banco mundial que vai permitir em pouco tempo a construção de um aterro sanitário onde o nosso lixo vai ser destinado para seleção e reaproveitamento permitindo uma solução final” garante.Quanto ao sistema de esgotamento sanitário o gestor informa que sua administração tem cinco grandes projetos para a cidade que formam o programa de infra-estrutura urbana do seu governo. “Um deles é este do aterro sanitário
Outro é o sistema de esgotamento sanitário que prevê a construção de uma completa rede de saneamento desde a coleta, passando por uma estação de tratamento até o destino final com todos os cuidados para atender as pessoas e proteger os rios da destruição em que se encontram. E nesse sentido já avançamos muito” relata. “Já foram construídos mais de mil banheiros com fossa séptica ajudando a reduzir o acumulo de dejetos dentro do rio” pontua.
Um projeto seguinte que já está pronto é o abatedouro de animais que era concentrado, também, na sede da cidade e a exemplo do lixão também foi transferido para a zona urbana. Ocorre que, no caso do abatedouro, “a solução foi definitiva” comemora. O quarto projeto é o mais caro do ponto de vista econômico. O mais ambicioso politicamente falando e socialmente o mais urgente para a população.
Trata-se da construção da adutora Nova Olinda que faz ligação entre um poço artesiano da Petrobras localizado no distrito de Brejo Grande em Santana do Cariri e o reservatório da CAGECE em Nova Olinda numa extensão de 18 km. Essa água é tida como a salvação para o problema do desabastecimento e da má qualidade da água atualmente servida em Nova Olinda.
Afonso Sampaio falou que esse projeto que era um sonho e que sua administração transformou e em desafio está bem próximo de se tornar realidade. Ele informa que a empresa vencedora da licitação tem seis mese para concluir a obra e como todo novo-olindense está ansioso por esse dia. “Do ponto de vista político essa já é uma grande vitória dos novo-olindenses e do ponto de vista social essa é uma consagração do nosso povo enquanto trabalhador, unido e persistente” frisa.
O quinto projeto conta o prefeito, “é um conjunto de obras estruturantes das quais o município tinha grande necessidade quando eu assumi a prefeitura.Faltava calçamento na cidade e estradas na zona rural” lembra. E pergunta “quem não lembra das ruas esburacadas e dos esgotos a céu aberto nos bairros Nossa Senhora de Fátima, Terreiro Duro, Populares, Vila Alta, Vila Tabocas, Pissarreira e até no centro?” e ele mesmo responde dizendo, “nessas localidades com nossa intervenção, ainda que paliativa, conseguimos melhorar a vida dos moradores levando calçamento, rede de esgotos, construção de praças e abertura de novas ruas, iluminação e segurança”.
Quanto às condições de moradias o prefeito cita que está pondo em prática o maior projeto habitacional que Nova Olinda já teve em toda a sua história. Já foram entregues 100 (cem) casas em um conjunto habitacional dotado de calçamento e iluminação. A prefeitura, em parceria com a FUNASA está derrubando as casas de taipa e construindo no lugar, casas de alvenaria com toda a infra-estrutura de segurança, higiene e bem estar.
Assim, conclui o prefeito, a cidade se prepara para o futuro pensando nas futuras gerações, enfrentado seus problemas e assumindo desafios “sem falsas promessas e cumprindo com o que se propõe” disse.
O gestor destaca também que todos os projetos da sua administração foram construídos sob o olhar atento da população que construiu o orçamento participativo indicando as prioridades das comunidades rurais e urbanas.
Nos anos de 1957 a cidade de Santana do Cariri enfrentava um grave problema de falta d’água. O prefeito João do Padre não tinha apoio político suficiente a nível estadual para conseguir uma obra de grande porte e como o então vereador da vila de Nova Olinda, Antonio Jeremias Pereira, era um homem de boas relações com o poder em Fortaleza e em Brasília, sobretudo, com os deputados estadual Cicinato Furtado Leite e federal Jorge Furtado Leite coube a ele a façanha de botar água em Santana do Cariri mediante a um acordo político que o levou ao cargo de prefeito da cidade com objetivos claros. Resolver o problema da falta de água na cidade e conseguir dos santanenses o voto favorável ao desmembramento do distrito de Nova Olinda e a elevação da sua vila a categoria de cidade.
A revelação é do ex-vice-prefeito e ex-presidente da câmara municipal de Nova Olinda José Gualberto Sobrinho (Zeca Leal - FOTO), em entrevista exclusiva para A PRONÚNCIA a respeito da emancipação política do município ocorrida em 14 de abril de 1957.
Segundo Zeca Leal, apesar de parecer que tudo foi muito fácil, não foi. Havia em Santana do Cariri algumas manifestações contrárias a essa pretensão dos novo-olindenses “mas Jeremias (Antônio Jeremias) era um homem muito determinado e contava com o auxílio de Laurenio Alves Feitosa um estudante muito inteligente e que ajudou demais nesse processo” conta.
A estratégia era a seguinte: ganhar o apoio da maioria do povo de Santana do Cariri e de todos os moradores de Nova Olinda. Ocorre que até mesmo na vila de Nova Olinda não tinha o envolvimento de todos. Foi então, que Antônio Jeremias com muita habilidade conseguiu o apoio até dos seus adversários políticos que na época respondia pelo nome da família Matos liderada por Raimundo Gomes de Matos que “deixou todas as desavenças políticas e apoiou Jeremias”revela.
E haviam dificuldades internas, também, no grupo de Antonio Jeremias porque José Alves de Lima (Elúzio) poderoso comerciante da época ‘uma espécie de rei do algodão’ teimava em não se meter em política.
Zeca Leal revelou A PRONÚNCIA que foi com muito esforço que os ex-prefeitos Antônio Jeremias Pereira e Laurenio Alves Feitosa conseguiram convencer a José Alves de Lima (Elúzio) a entrar para a política. “Ele (Elúzio) não queria nem saber de política. O negócio dele era comprar e vender algodão que dava muito dinheiro naquela época”contou. Mas depois de muita conversa, inclusive, com a ajuda do padre Cristiano Coelho conseguiram convencer a Elúzio apoiar o movimento politico para o desmembramento da vila.
Depois de vencidos os primeiros obstáculos, em fim, o fazendeiro e vereador Antonio Jeremias Pereira e o estudante de economia Laurenio Alves Feitosa formaram com o comerciante José Alves de Lima o triunvirato responsável pelo nascimento da cidade de Nova Olinda. Zeca Leal conta que naquela época as três lideranças principais contavam com o apoio decisivo do padre Cristiano Coelho que era vigário paroquial de Santana do Cariri e das forças políticas locais representadas pelas pessoas dele (Zeca Leal) e de Miguel Ferreira Lima, Raimundo de Matos Cordeiro, Celso de Matos, Antonio Alves Oliveira (Alvim Alves), Alvino Ribeiro de Carvalho, Raimundo Hermógenes e, em Santana do Cariri o processo de emancipação de Nova Olinda ganhou o apoio do prefeito João do padre, da família Furtado Leite capitaneada por Hildo Furtado leite, da família Pereira representada por Iranildo Pereira e Zé Pereira e no plano estadual e federal foi decisivo o apoio do deputado Jorge Furtado Leite.
Antonio Jeremias governou Santana do Cariri no período de 1957 a 19961 e cumpriu com tudo o que se propôs. A cidade de Santana do Cariri ganhou uma rede de água potável e a vila de Nova Olinda foi premiada com a sua independencia política.
No dia 16 de março de 1957 o governador do estado Paulo Sarasati fez publicar no diário oficial do estado a lei 3.555 e um convite para a instalação do município de Nova Olinda no dia 14 de abril do mesmo ano.
Zeca Leal lembra que naquele dia os novo-olindenses já amanheceram em festa. Uma banda de música veio do Crato para imprimir o tom solene as festividades. Celso de Matos cedeu sua própria casa, uma das melhores da época para sediar a prefeitura na rua Jeremias Pereira. O prédio abrigou a ponposa solenidade com as presenças de autoridades municipais, estaduais, federais e do povo que compareceu em grande número.
Depois disso, Antonio Jeremias apoiou Laurenio Alves Feitosa para o cargo de prefeito nas eleições intermediárias de 1960, tendo em vista sua graduação e sua dedicação social ao município. Laurênio administrou o município até 1962 quando foi substituído por Antonio Jeremias Pereira.
José Gualberto Sobrinho, nasceuno dia 13 de julho de 1916 no sítio mocó em Assaré, filho do casal João Gualberto da Silva e Maria do Amarante Brandão de uma família de 18 irmãos. Aos 4 anos de idade foi morar na vila Piripiri no Piaú retirante com os pais e os irmãos da seca de 1919. retornou ao Ceará, sozinho, em 1945 para acidade de Crato.Zeca Leal aprendeu o ofício de motorista em um caminhão pertencente ao tio Cicero Gualberto da Silva e graças a esta arte foi caminhoneiro transportando gesso entre Santana do Cariri e Crato. Assim, se estabeleceu na região. Mas os vínculos mais fortes com a cidade de Nova Olinda ocorreram depois que Zeca Leal conheceu uma moça da família milfont do sítio Barro Alto.
Família
Casou-se com Ivanira Milfont Gualberto no natal de 1951. A união gerou três filhos homens e quatro mulheres. A primogênita Fátima Leal foi vice-prefeita e prefeita do município no período de 1992 a 1996 seguindo os passos do pai. os demais filhos são: Sandra Milfont, João Bosco,José Gualberto, Dorian, Adélia e Zenira.
Política
Seu Zeca Leal foi vereador por duas legislaturas e presidenteda câmara municipal e
vice-prefeito entre 1977 a 1981 durante o inédito mandato de seis anos para prefeito.
Profissão
O ofício de caminhoneiro durou até Zeca Leal encorajar-se para voltar ao ramo comercial depois de uma tentativa frustrada com um irmão na juventude em Floriano no Piauí. Seu comércio na avenida Jeremias Pereira, no centro, é atualmente deropriedade do filho João Bosco e leva a marca da família Leal em homenagem ao empreendedorismo do patriarca. Atualmente ele (Zeca Leal) dedica o seu tempo a criação de gado para produção de leite e ao arrendamento de suas propriedades (terrenos) para a produção de cereais e de pastagens para os animais.
Religião e voluntariado
Zeca Leal é um homem profundamente religioso, apegado as tradições e solidário.Católico fervoroso, vai a missa religiosamente todos os domingos e algumas vezes durante a semana. É dizimista. Junto a esposa dona Ivanira (ministra da eucaristia) fazcontinuamente visitas às pessoas doentes que não podem se dirigir até as igrejas levando a comunhão, oração, companhia, atenção e carinho.
Frases marcantes (durante entrevista)
Jeremias era grande líder...
Laurenio era muito inteligente...
Elúzio tomou gosto pela política só pra ajudar as pessoas...
Raimundo Matos era um homem muito difícil...
Celso de Matos era mais tranquilo...
Afonso é muito parecido com “Eluzo” ele (Afonso) é um homem muito bom, amigo!
Naquele tempo (1957) o governo dava a Prefeitura a um grupo político e a delegacia aos adversários...
Antônio Taumaturgo de Magalhães (doutor Antônio), clínico geral pela faculdade de ciências médicas de Pernambuco, completa este ano 38 anos de uma história assinalada pelo pioneirismo em serviços médicos em Nova Olinda e conta com uma extensa folha de serviços prestados à comunidade local.
Ele chegou à cidade em 16 de dezembro de 1972 quatro dias após a sua formatura para fazer residência médica por um ano na Fundação Furtado Leite (ùnica unidade de saúde existente na cidade à época) atendendo ao convite do seu primo Mozar Magalhães, então prefeito de Santana do Cariri e amigo pessoal de Miguel Ferreira Lima, prefeito de Nova Olinda.
O médico relata que a cidadezinha não era nenhum pouco atrativa “existiam poucas casas, o comércio bem pequeno e o hospital não tinha infra-estrutura adequada e possuía apenas dez leitos. Mas, uma imagem não lhe saía da cabeça “uma loirinha na janela de uma das casas da cidade chamava a minha atenção”confessa.
Esse encantamento por aquela loirinha fez o jovem médico ganhar interesse, força e disposição para o trabalho, tanto que ele resolveu cumprir o ano de contrato acertado com o patrão. Este período foi suficiente para doutor Antônio se estabelecer na cidade e criar vínculos e resolveu estender o contrato por mais um ano.
Doutor Antônio lembra que naquela época o índice de mortalidade infantil superava 30 por cada grupo de mil nascidos vivos e essa foi outra motivação para ficar em Nova Olinda pela oportunidade de ajudar as pessoas. Durante muito tempo Antonio Taumaturgo foi o único médico a atender no município e como morava na cidade era a ele para quem as pessoas primeiro pediam socorro nas questões de saúde.
O médico também foi o precursor em Nova Olinda do atendimento de pequenas cirurgias, bem como, pioneiro em saúde da família por sua proximidade e relação amistosa com as pessoas.
Ainda hoje doutor Antônio é o único médico que pode ser encontrado todos os dias na cidade apesar de ultimamente manter residência em Crato devido problemas pessoais de saúde no período de (2005-2008) quando precisou fazer fisioterapia e “ficar lá (em Crato) facilitava a minha recuperação, por isso eu mudei pra lá (pro Crato), mas eu quero voltar a morar aqui (em Nova Olinda) eu amo esse lugar” declarou.
Essa paixão pela cidade adotada por doutor Antônio tem nome e sobrenome: Fátima Leal. A “loirinha da janela” arrematou o coração do clínico geral para sempre. Já no segundo ano de trabalho na cidade o jovem médico tomou coragem para cortejar a moça mais de perto e os olhares de longe se transformaram em um namoro que durou seis anos. Em 1979 o casamento com Fátima Leal serviu para fincar de vez raízes profundas no solo novo-olindense e foi também o atalho para o médico entrar para a política pelas mãos do sogro que figurava como importante liderança política na época.
Até hoje, o sogro Zeca leal é para doutor Antônio “o maior exemplo de honestidade e dignidade que uma pessoa pode ter”afirma. Doutor Antônio foi vereador por duas vezes (1984 a 1988) e (2000 a 2004). Foi presidente da camara entre (87-88) e candidato a refeito nas eleições gerais de 1988. Em 1992 doutor Antonio Taumaturgo funda o PSDB - Partido da Social democracia Brasileira, sendo o seu primeiro presidente com o apoio de Tasso Jereissate e de José Alves de Lima (Elúzio). Até hoje o PSDB é a sigla que há mais tempo está no poder no município.
Atualmente doutor Antonio atende cerca de 40 pessoas por dia de segunda a sexta-feira no posto de saúde que recebeu o seu nome numa homenagem da camara e da prefeitura pelo profissionalismo e altruísmo dedicado a comunidade nestes 38 anos de medicina. Também se dedica a criação de gado de leite e de corte. A pecuária é uma herança do pai.
Antonio Taumaturgo de Magalhães nasceu no dia 17 de novembro de 1943 na cidade de Parnamirim no estado de Pernambuco. Casado com a professora Maria de Fátima Gualberto Milfont de Maglhães, tem duas filhas: Camila e Ana Paula.
Para atender as necessidades da população jovem que mora na Sera do Zabelê por educação, esporte, cultura e lazer o professor Cícero Rodrigues Barros “Pai teta” ( foto) aproveita as habilidades e conhecimentos da cultura local para vencer a falta de infra-estrutura da comunidade para as atividades lúdicas e de recreação tendo a escola municipal da localidade como referencia.
Os jovens estão agrupados em equipes de futebol, quadrilhas juninas, teatro, brincadeiras infantis e toda a comunidade está envolvida. No quintal da escola Alvim Alves que não tem quadra de esportes eles improvisaram um capo de futebol de pequenas dimensões onde treinam 3 equipes sendo um feminina com oito participantes. Os homens são divididos em duas categorias a de base que integram o Serrano B com idades entre 15 a 18 anos formado por 12 participantes e a principal chamada de Serrano da primeira divisão com 27 participantes sendo 12 do Futebol de Salão e 15 do futebol de campo. Detalhe apesar de não ter quadra própria para treinar a equipe foi campeã municipal em 2009. Quem não gosta ou ainda não aprendeu a jogar futebol não fica sem lazer. Periodicamente são promovidas competições, como: corridas (pedestres, de jumento) salto (em altura e em distancia), dança (quadrilha junina), teatro encenação do casamento matuto, peças escolares) e brincadeiras como pega-pega, esconde-esconde, bila, bambolê, queimada, etc.
O professor conta que ninguém pode ficar de fora. Quem não joga futebol demarca o campo; quem não dança a quadrilha confecciona as roupas dos brincantes ou cozinha as comidas típicas; quem não vai no llombo do jumento empresta o animal. E assim a comunidade inteira acaba se envolvendo em um congraçamento harmonioso que envolve cada vez mais gente.
As atividades tiveram início há oito anos com a criação de uma quadrilha junina e de um time de futebol. E a idéia deu tão certo que todo mundo queria participar apesar de nem todo mundo poder dançar ou jogar bola. Foi então que o professor passou a prestar mais atenção nas habilidades das pessoas do lugar e nas potencialidades locais.
O primeiro questionamento a fazer neste caso é: como falar em potencial de uma comunidade tão carente a ponto de muitas vezes em algumas casas faltar até água para beber? A resposta é: aproveitar o que cada um tem de melhor e começar pela necessidade, pois, quem tem necessidade já não é “desprovído” de tudo.
O professor disse que ficou encantado de ver como aquelas pessoas enfrentam seus problemas comunitários e seus dilemas pessoais sem reclamar da vida e com esperança sempre.
A força de vontade da comunidade foi motivadora e o apoio das secretarias municipais de educação, doesporte, cultura e administração e as parcerias com as associações locais, igrejas, sindicatos, movimentos sociais eo seguimento empresarial tem ajudado a transformar a vida de dezenas de famílias serranas desenvolvendo a auto estima, disciplina e confiança das crianças, jovens e adultos, além de promover ointercâmbio entre crianças e adolescentes de diversas localidades mais afastadas do sítio Zabelê que passaram a conhecer e a valorizar a comunidade zabelêense e a estabelecer vínculos que antes era mais difícil de acontecer porque os moradores estavam trancados para si mesmo. O projeto, por sua vez, abriu novasoportunidades para os moradores da serra.
A comunidade tem cerca de 170 tantas famílias. A base da sua economia éa cultura de sequeiro. As principais culturas produzidas são: a mandioca que é processada numa casa comunitária de farinha, o feijão e o milho.
Nenhum problema é maior na comunidade do que a dependência por água. Devido a altitude estimada de quase 700 metros em relação ao nível do mar é praticamente impossível obter água direto de lençol freático próprio. Isso impõe a comunidade a depender de água de outras fontes hídricas distantes ou das precipitações naturais. E quando o período de chuva é abaixo da média, como este ano, os moradores enfrentam situações ainda piores de desabastecimento de água.
Nos últimos 4 anos somente a prefeitura construiu 20 cisternas na localidade e o muitas outras foram erguidas pelo programa 1 milhão de cisternas. No entanto, os reservatórios ajudam, mas não resolvem o problema, afinal, pouco adianta dispor do reservatório e não terágua para guardar nele.