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ZECA LEAL diz que Nova Olinda foi trocada por água pelos santanenses

Nos anos de 1957 a cidade de Santana do Cariri enfrentava um grave problema de falta d’água. O prefeito João do Padre não tinha apoio político suficiente a nível estadual para conseguir uma obra de grande porte e como o então vereador da vila de Nova Olinda, Antonio Jeremias Pereira, era um homem de boas relações com o poder em Fortaleza e em Brasília, sobretudo, com os deputados estadual Cicinato Furtado Leite e federal Jorge Furtado Leite coube a ele a façanha de botar água em Santana do Cariri mediante a um acordo político que o levou ao cargo de prefeito da cidade com objetivos claros. Resolver o problema da falta de água na cidade e conseguir dos santanenses o voto favorável ao desmembramento do distrito de Nova Olinda e a elevação da sua vila a categoria de cidade.

A revelação é do ex-vice-prefeito e ex-presidente da câmara municipal de Nova Olinda José Gualberto Sobrinho (Zeca Leal - FOTO), em entrevista exclusiva para A PRONÚNCIA a respeito da emancipação política do município ocorrida em 14 de abril de 1957.

Segundo Zeca Leal, apesar de parecer que tudo foi muito fácil, não foi. Havia em Santana do Cariri algumas manifestações contrárias a essa pretensão dos novo-olindenses “mas Jeremias (Antônio Jeremias) era um homem muito determinado e contava com o auxílio de Laurenio Alves Feitosa um estudante muito inteligente e que ajudou demais nesse processo” conta.

A estratégia era a seguinte: ganhar o apoio da maioria do povo de Santana do Cariri e de todos os moradores de Nova Olinda. Ocorre que até mesmo na vila de Nova Olinda não tinha o envolvimento de todos. Foi então, que Antônio Jeremias com muita habilidade conseguiu o apoio até dos seus adversários políticos que na época respondia pelo nome da família Matos liderada por Raimundo Gomes de Matos que “deixou todas as desavenças políticas e apoiou Jeremias”revela.

E haviam dificuldades internas, também, no grupo de Antonio Jeremias porque José Alves de Lima (Elúzio) poderoso comerciante da época ‘uma espécie de rei do algodão’ teimava em não se meter em política.

Zeca Leal revelou A PRONÚNCIA que foi com muito esforço que os ex-prefeitos Antônio Jeremias Pereira e Laurenio Alves Feitosa conseguiram convencer a José Alves de Lima (Elúzio) a entrar para a política. “Ele (Elúzio) não queria nem saber de política. O negócio dele era comprar e vender algodão que dava muito dinheiro naquela época”contou. Mas depois de muita conversa, inclusive, com a ajuda do padre Cristiano Coelho conseguiram convencer a Elúzio apoiar o movimento politico para o desmembramento da vila.

Depois de vencidos os primeiros obstáculos, em fim, o fazendeiro e vereador Antonio Jeremias Pereira e o estudante de economia Laurenio Alves Feitosa formaram com o comerciante José Alves de Lima o triunvirato responsável pelo nascimento da cidade de Nova Olinda. Zeca Leal conta que naquela época as três lideranças principais contavam com o apoio decisivo do padre Cristiano Coelho que era vigário paroquial de Santana do Cariri e das forças políticas locais representadas pelas pessoas dele (Zeca Leal) e de Miguel Ferreira Lima, Raimundo de Matos Cordeiro, Celso de Matos, Antonio Alves Oliveira (Alvim Alves), Alvino Ribeiro de Carvalho, Raimundo Hermógenes e, em Santana do Cariri o processo de emancipação de Nova Olinda ganhou o apoio do prefeito João do padre, da família Furtado Leite capitaneada por Hildo Furtado leite, da família Pereira representada por Iranildo Pereira e Zé Pereira e no plano estadual e federal foi decisivo o apoio do deputado Jorge Furtado Leite.

Antonio Jeremias governou Santana do Cariri no período de 1957 a 19961 e cumpriu com tudo o que se propôs. A cidade de Santana do Cariri ganhou uma rede de água potável e a vila de Nova Olinda foi premiada com a sua independencia política.

No dia 16 de março de 1957 o governador do estado Paulo Sarasati fez publicar no diário oficial do estado a lei 3.555 e um convite para a instalação do município de Nova Olinda no dia 14 de abril do mesmo ano.

Zeca Leal lembra que naquele dia os novo-olindenses já amanheceram em festa. Uma banda de música veio do Crato para imprimir o tom solene as festividades. Celso de Matos cedeu sua própria casa, uma das melhores da época para sediar a prefeitura na rua Jeremias Pereira. O prédio abrigou a ponposa solenidade com as presenças de autoridades municipais, estaduais, federais e do povo que compareceu em grande número.

Depois disso, Antonio Jeremias apoiou Laurenio Alves Feitosa para o cargo de prefeito nas eleições intermediárias de 1960, tendo em vista sua graduação e sua dedicação social ao município. Laurênio administrou o município até 1962 quando foi substituído por Antonio Jeremias Pereira.

2 comentários:

  1. É muito importante toda essa luta pela emancipação de Nova Olinda, mas lamento ter se passado 54 anos e NOVA OLINDA NÃO TER UMA ÁGUA MELHOR PARA SEUS MUNÍCIPES BEBER.
    Até hoje a maioria dos políticos só ganham votos dizendo que a água vem e ela nada de vir. QUANTAS PROMESSAS!!! Quantos desenganos!!! Esperamos que agora o povo entende que não dar mais para trocar ÁGUA por VOTO e exija pra valer essa verdade acontecer: MERECEMOS TER UMA ÁGUA melhor PARA BEBER.Nossas terras têm essa ÁGUA de sobra.Só falta compromisso , honestidade e vontade dos políticos partidários.
    Atenciosamente
    Laudecy Ferreira(Novaolindense)

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  2. Parabenizo a ABC Mídia Comunicação LTDA, pela brilhante ensinagem !!! Eu que nasci ao lado da Casa Grande,sei como foi difícil desde menina, carregar na cabeça lata d'água para beber. Pois a que chegava e chega nas casas é muito SALOBRA.
    Nova Olinda tá passando da hora dessa água doce chegar.Já tenho 44 anos e a água não chegou. É lamentável isso.NOSSA GENTE MARAVILHOSA MERECE ÁGUA DOCE PARA BEBER.
    Laudecy Ferreira

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